Radares de Velocidade Média: O Futuro da Fiscalização no Brasil? Por CLAYTON BURGATH Postado em 10 de abril de 2025 0 Tecnologia já usada na Europa começa a ser testada em rodovias brasileiras com promessa de mais segurança — mas também levanta dúvidas e polêmicas. Mais uma novidade promete impactar diretamente a segurança das vias brasileiras: os radares de velocidade média. Diferente dos modelos tradicionais, que registram a velocidade do veículo em um ponto específico, essa nova tecnologia calcula a velocidade média ao longo de um trecho da rodovia. Funciona assim: ao entrar em uma área monitorada, o veículo passa pelo primeiro radar, que registra o horário de passagem. Mais adiante, outro radar marca novamente o horário. Com base nesses dois dados e na distância entre os pontos, o sistema calcula a velocidade média. Se ela ultrapassar o limite permitido, o motorista pode ser autuado por excesso de velocidade. Essa tecnologia já é utilizada em países como a Itália, onde estudos apontam uma redução de até 50% nos acidentes nas áreas monitoradas, segundo o site verifica-auto.com.br. Em Portugal, a adoção do sistema também vem sendo elogiada pelas autoridades de trânsito, especialmente em trechos considerados críticos. No Brasil, os primeiros testes estão em curso na BR-050, que liga Brasília a Santos. Por enquanto, os radares de velocidade média estão em fase experimental e não geram multas. O objetivo inicial é avaliar a eficácia da tecnologia e promover a conscientização dos motoristas. Defensores da proposta argumentam que o novo modelo contribui para uma condução mais uniforme, reduzindo frenagens bruscas e acelerações repentinas, o que pode refletir até na economia de combustível e na redução da emissão de poluentes. Mas nem tudo são elogios. Alguns motoristas, ao tomarem conhecimento da nova tecnologia, já buscaram formas de burlar o sistema — como realizar paradas estratégicas ao longo do trecho monitorado para reduzir artificialmente a média de velocidade. Tais práticas, no entanto, podem ser combatidas com monitoramento mais dinâmico e trechos com maior densidade de sensores. Outro ponto importante é que, para que a fiscalização com base na velocidade média resulte em multas válidas, será necessária uma regulamentação específica por parte das autoridades de trânsito. Seja como for, os radares de velocidade média apontam para um novo paradigma na forma como o Brasil lida com a segurança viária. Resta saber se os motoristas vão encarar essa inovação como um avanço necessário ou apenas mais uma estratégia de arrecadação. Enquanto isso, o recado segue sendo o mesmo: a responsabilidade no trânsito é individual, e o respeito aos limites salva vidas. E você, o que acha dessa nova forma de fiscalização?