Desinformação alimenta receio de pais contra vacinas

As vacinas estão disponíveis no Sistema Único de Saúde e em campanhas nacionais. Mas a cada ano a cobertura vacinal cai em todo o país. Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria em parceria com o Instituto Questão de Ciência IQC, nesta quinta-feira (18) confirmou a suspeita sobre o que está levando pais a abandonarem a rotina de vacinação dos filhos. A desinformação. O estudo sobre hesitação vacinal contou com a participação de novecentos e oitenta e dois pediatras de todo o país. Os médicos relataram os meios pelos quais os pais dizem se informar para não imunizarem os filhos. Cerca de cinquenta e três por cento pegam orientações em redes sociais
internet e pelo WhatsApp.
Pesquisadora do IQC Natália Pasternak detalha as dificuldades dos pediatras diante desta nova realidade.

Para os pediatras quarenta por cento dos pais não vacinam os filhos por receio de eventos adversos e a não confiabilidade da vacina. Dezoito por cento justificam a não imunização pelo esquecimento. Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Clóvis Francisco Constantino, alerta para os riscos de doenças erradicadas voltarem ao Brasil.

A pesquisa também revelou hesitação dos responsáveis em relação a vacina HPV. Quarenta e sete por cento dos pediatras relataram que os pais dizem que as filhas não precisam da vacina. E outros vinte e três por cento que o imunizante pode dar efeitos neurológicos graves.
Os dados da pesquisa vão subsidiar estratégias de orientação e a produção de materiais informativos a serem disponibilizados nos consultórios médicos.