Hélio de Mello se entrega à Polícia Civil em Guarapuava após ter prisão decretada pela Justiça

Ex-presidente da Câmara de Irati é investigado por crimes sexuais contra adolescentes; denúncias relatam abusos ocorridos entre 2017 e 2024

Da Redação, com informações jornal Folha de Irati
Na tarde desta quinta-feira (9), por volta das 13h, Hélio de Mello (PL), ex-professor e ex-vereador de Irati, se apresentou espontaneamente à Cadeia Pública de Guarapuava após ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele era considerado foragido desde a última terça-feira (7), quando o mandado foi expedido. A informação foi confirmada pelos delegados Gabriel Moura Marinho e Rafael Rybandt, responsáveis pela 41ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Irati.

A prisão é parte de uma investigação que apura uma série de crimes sexuais supostamente cometidos contra adolescentes do sexo masculino durante o período em que Hélio atuava como professor de educação física no Colégio Estadual do Rio do Couro, no interior de Irati, entre 2017 e 2024.

A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) enumera 28 fatos relacionados aos crimes investigados. Hélio responderá pelos delitos de estupro de vulnerável, satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente, favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de vulnerável, importunação sexual e assédio sexual.

Em nota, o advogado de defesa, Ricardo Mathias Lamers, afirmou que “o Sr. Hélio de Mello sempre esteve à disposição das autoridades, conforme comunicou formalmente no curso das investigações. Tão logo tomou conhecimento, pela imprensa, da existência de um mandado de prisão, compareceu para que a ordem fosse cumprida”.

Além do ex-vereador, sua irmã, que também foi denunciada, atuava como diretora da escola onde ele lecionava. Segundo a investigação, ela teria tomado conhecimento de parte dos abusos e deixado de adotar as medidas cabíveis.

As investigações apontam que os atos ocorreram tanto nas dependências do colégio rural quanto fora do ambiente escolar. Hélio teria oferecido presentes e valores em dinheiro como forma de obter encontros ou imagens íntimas das vítimas.

As apurações começaram em 5 de agosto deste ano, após o Conselho Tutelar de Irati receber uma denúncia anônima relatando os abusos. A partir daí, uma força-tarefa foi formada com representantes do Conselho Tutelar, Ministério Público, secretarias municipais de Assistência Social e Educação, Núcleo Regional de Educação e a Polícia Civil.

O grupo reuniu informações e depoimentos que resultaram na denúncia formal do MPPR. As investigações abrangem ocorrências registradas ao longo de sete anos e seguem em andamento sob responsabilidade da Justiça e dos órgãos de segurança pública.

Hélio de Mello, que exercia seu sétimo mandato consecutivo como vereador de Irati e presidia a Câmara Municipal até o início das investigações, havia solicitado afastamento do cargo em agosto, alegando problemas de saúde. No dia 9 de setembro, apresentou oficialmente sua renúncia ao mandato.