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Entrevista | Agosto Dourado: Pediatra desvenda mitos e verdades sobre a amamentação

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Neste mês dedicado ao incentivo ao aleitamento materno, o Portal conversa com a pediatra Stephania Laudares, que atua no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, para esclarecer dúvidas, orientar mães e desmistificar informações populares sobre o tema.

Portal – Qual é a importância da campanha Agosto Dourado?

Dra. Stephania Laudares“O objetivo do Agosto Dourado é incentivar e, consequentemente, estimular o aleitamento materno. O dourado vem do que a gente chama de padrão ouro para alimentação do bebê na primeira infância, especialmente no primeiro ano de vida, que é o aleitamento materno e no seio materno. Por isso essa campanha é tão importante, faz muita diferença tanto para a saúde materna quanto para a saúde do bebê.”

Portal – A amamentação realmente salva vidas?

Dra. Stephania Laudares“Sim! De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef, cerca de seis milhões de vidas de crianças são salvas a cada ano graças ao aumento das taxas de amamentação exclusiva até os seis meses. É o único fator isolado que pode reduzir em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis.”

Portal – Algumas mães enfrentam dificuldades ao amamentar. Como a informação pode ajudar?

Dra. Stephania Laudares“Quando a mulher sabe da importância do aleitamento materno, dos benefícios para a saúde dela e do bebê, isso aumenta o engajamento e a determinação para amamentar. Além disso, entender posições adequadas, saber reconhecer uma boa pega e como identificar se o bebê está mamando corretamente faz toda a diferença. O ideal é que essa orientação comece ainda durante o pré-natal, com o obstetra.”

Portal – Quem pode auxiliar a mãe nesse processo?

Dra. Stephania Laudares“Na maternidade, amamentar logo após o nascimento — o que chamamos de ‘hora de ouro’ — é fundamental. Depois disso, o acompanhamento do pediatra e o apoio de profissionais especializados, como as consultoras de amamentação, são essenciais. Elas ajudam, incentivam e corrigem quando necessário.”

Mitos e verdades sobre a amamentação

Portal – O que a mãe come pode causar cólicas ou reações no bebê?

Dra. Stephania Laudares“Isso é um mito. Não há comprovação científica de que a alimentação da mãe cause cólica no bebê. O importante é que ela tenha uma dieta equilibrada e nutritiva, com poucos ultraprocessados. Em casos de alergia alimentar, como à proteína do leite de vaca, aí sim é necessário excluir essa substância da dieta materna.”

Portal – A amamentação em livre demanda é recomendada?

Dra. Stephania Laudares“Verdade. O ideal é não controlar o tempo nem os intervalos da mamada. A amamentação deve seguir os sinais de fome e saciedade do bebê.”

Portal – Existe leite materno fraco?

Dra. Stephania Laudares“Isso é um mito. O leite materno muda de composição conforme o momento do dia e o tempo de lactação, mas sempre se adapta às necessidades do bebê. Ele nunca se torna fraco.”

Portal – A mãe que amamenta pode consumir bebida alcoólica?

Dra. Stephania Laudares“O ideal é não consumir. Mas se a mãe optar por beber, é necessário aguardar antes de amamentar. Em geral, após uma taça de vinho, orienta-se esperar de duas a três horas. Vale lembrar que a metabolização do álcool varia de mulher para mulher.”

Portal – O bebê precisa parar de mamar de madrugada para dormir a noite toda?

Dra. Stephania Laudares“Mito. O sono do bebê depende de vários fatores. Mesmo com o desmame noturno, ele pode continuar acordando. Não é a amamentação que impede, necessariamente, o sono contínuo.”

Portal – É necessário desmamar o bebê para ele aprender a comer?

Dra. Stephania Laudares“Também é mito. A introdução alimentar começa, via de regra, aos seis meses, se houver sinais de prontidão, mas o leite materno ainda é o principal alimento até o primeiro ano. E pode continuar sendo oferecido mesmo depois disso.”

Portal – Que mensagem final a senhora deixa para as mães neste Agosto Dourado?

Dra. Stephania Laudares“Amamentar é um ato de amor, de saúde e de conexão com o bebê. É um processo que pode ser desafiador, mas com informação, apoio e persistência, ele se torna possível. Cada gota de leite materno é um investimento na saúde da criança e da mãe.”

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