Rebouças – Mais de 300 pessoas prestigiam lançamento de livro-reportagem

Mais de 300 pessoas prestigiaram o lançamento do livro, e noite de autógrafos

Na noite de 10 de setembro, aconteceu  o lançamento do livro intitulado “40 anos de história dos pés de chinelo que chegaram ao poder em Rebouças-Pr”.
Na realidade trata-se de um livro-reportagem que apresenta os sujeitos e suas participações, contribuições e conquistas em um projeto coletivo de gestão participativa.
O livro conta a transformação das pessoas em um dos municípios mais pobres da região Centro-Sul do Paraná.
A capa do livro, é ilustrada por uma foto retirada de uma matéria especial, feita à época, pela revista Globo Rural, com o prefeito Luiz Zak, em sua primeira gestão, acompanhado de Juca Andrade, simbolicamente chegando na prefeitura, conduzindo uma carroça; sistema de transporte e de trabalho muito comum naquele período; demonstrando a origem desses dois personagens.
Para o evento de lançamento de sua obra literária, o escritor contou com a presença de mais de 300 convidados, entre amigos, familiares e autoridades de todos os segmentos políticos.
Juca convidou para o cerimonial, Clayton Burgath, jornalista e membro da Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná, ocupante da cadeira nº 10, dos imortais da Academia, que tem como Patrono, Júlio César (nome que homenageia o Colégio Estadual Prof. Júlio César, em Rebouças).

O acadêmico lembrou e enalteceu a origem do autor. “Uma pessoa de origem humilde, sem ter passado por bancos escolares, mas que demonstrou uma capacidade inigualável. Ousado, resiliente, e acima de tudo humilde; assim posso definir o autor. Na realidade, o evento não se tratou do enaltecimento de uma bandeira ou grupo partidário, se alguém assim pode pensar. E sim, a narrativa de personagens reais, inseridos em um município, que unidos pelos mesmos ideais buscaram mudar uma condição de vida coletiva de uma das classes mais sofridas, os trabalhadores rurais. Tanto que, seja os homenageados in loco, no evento, quanto aos lembrados e narrados no livro, são dos mais diversos segmentos da sociedade, sendo um amplo leque de pensamentos, religiosidade, ideologias políticas. É a vida real ao longo dos últimos 40 anos de um povo, dentro do município de Rebouças, e claro, a capacidade mobilizadora por meio da palavra, uma das características do autor. Todo aquele que escreve algo produtivo, contribuitivo para a cultura e a história de um povo, pode-se considerar um imortal. Pois todos nós um dia iremos deixar este plano, e o que ficará são nossas boas ações e contribuições para a coletividades, independente do segmento”, comentou Clayton Burgath.

SOBRE O LIVRO
“A proposta do livro foi percorrer por meio de entrevistas, como foram as quatro décadas de poder, deixar um testemunho para as próximas gerações”, afirma o escritor, José Antonio Afonso de Andrade (Juca Andrade).
Juca foi agricultor familiar, nasceu na comunidade de Poço Bonito, em Rebouças; no dia 12 de junho de 1954. Casado, pai de cinco filhos e seis netos. Foi Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística, fundador do Partido dos trabalhadores Rurais de Rebouças, secretário municipal de Agricultura, Turismo e Meio Ambiente; vereador por dois mandatos (e três vezes presidente da Câmara de Vereadores); Secretário Municipal de Urbanismo, assessor da parlamentar na Câmara dos Deputados, e agora escritor.

O livro faz o resumo de uma história vivida e conhecida da nossa região e que teve início nos meados dos anos 1980 e segue até os dias atuais.
Ele conta a história de várias lideranças que naquela época se mobilizaram para resolver os problemas das pequenas propriedades e também para criar entidades que representassem e estivessem sempre à frente das lutas dos trabalhadores.
De acordo com a própria narrativa do autor, era uma época em que havia problemas de toda ordem, e a região era conhecida como “ramal da fome”; e no município de Rebouças, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) apontava alta incidência de pobreza. Havia também um alto número de mortalidade infantil, sendo igual ou até maior que no Nordeste brasileiro.
Na época a terra tinha uma baixa produtividade por falta de tecnologia e havia um alto número de pessoas saindo da roça, indo para as grandes cidades, estava-se vivendo o Êxodo Rural.
Após os problemas apontados, surgia uma luta que vinha através das lideranças de todas as comunidades encabeçadas pela Igreja Católica e que eram motivadas pelo Bispo Dom Walter Michael Ebejer e lideranças da Pastoral da Terra, ligada à CNBB.

O livro narra a histórica sobre um grupo de pessoas. É a urgente e necessária memória de como um povo organizado e consciente é capaz de atuar decisivamente em seu próprio destino; e transformá-lo.
Ao comentar sobre a obra, o prefeito Luiz Zak diz: “sim, acho que é isso mesmo, porque os “pés de chinelo” é uma história do povo simples, do povo mais sofrido mesmo, e que sonhavam com um município melhor”.
Ao todo, o livro tem 234 páginas, e passa a contribuir para a história do município de Rebouças.