Miomas uterinos: diagnóstico precoce e tratamentos minimamente invasivos garantem mais qualidade de vida às mulheres Por CLAYTON BURGATH Postado em 22 de outubro de 2025 0 Tumores benignos e comuns na idade fértil, os miomas podem causar sangramentos, dor e até infertilidade. Especialista alerta para importância da prevenção e explica opções de tratamento disponíveis no SUS. Os miomas uterinos afetam milhares de mulheres em idade fértil e, embora sejam tumores benignos, podem trazer grande impacto à saúde e à qualidade de vida. Na maioria dos casos, são silenciosos, mas quando apresentam sintomas, podem causar sangramentos intensos, cólicas, dores pélvicas, anemia e até dificuldade para engravidar. O ginecologista Walter Pace, referência nacional no tratamento de miomas, explica as causas, sintomas e as alternativas de tratamento disponíveis, inclusive as minimamente invasivas. “Os miomas são tumores benignos que crescem no útero e raramente se tornam malignos. Quando assintomáticos, passam despercebidos, mas, se não forem diagnosticados precocemente, podem crescer e causar sérias complicações”, destacou o médico. Sintomas e diagnóstico precoce Segundo o especialista, o sangramento uterino anormal é o principal sinal de alerta. “Quando o sangramento é exagerado e frequente, pode levar à anemia e comprometer o estado geral da paciente. A dor pélvica e a compressão de órgãos como bexiga e intestino também são sintomas comuns”, explicou. O diagnóstico precoce é fundamental. “Os miomas são hormônio-dependentes, estimulados principalmente pelo estrogênio. Quando descobertos cedo, podemos controlar o crescimento com tratamento medicamentoso, preservando a fertilidade da mulher”, disse Pace. Tratamentos disponíveis O tratamento depende do tamanho, da localização e dos sintomas. O médico reforça que a prioridade é sempre o método menos agressivo. “Em muitos casos, o tratamento pode ser feito com medicamentos hormonais, disponíveis inclusive pelo SUS. Utilizamos substâncias como a gestrinona, que reduzem o tamanho dos miomas e aliviam os sintomas”, explicou. Nos casos em que o tratamento clínico não é suficiente, há opções cirúrgicas minimamente invasivas, como a histeroscopia (cirurgia intrauterina sem cortes externos) e a videolaparoscopia, que utiliza pequenas incisões no abdômen. Em situações mais complexas, o procedimento pode ser realizado com tecnologia robótica, proporcionando maior precisão e recuperação mais rápida. Preservação da fertilidade Entre as mulheres que desejam engravidar, o cuidado deve ser redobrado. “O ideal é agir de forma preventiva, controlando o crescimento dos miomas desde cedo. Quando eles afetam a cavidade uterina, o tratamento por vídeo-histeroscopia é o mais indicado, pois preserva o útero e mantém o potencial reprodutivo”, ressaltou o médico. Walter Pace reforça que informação e acompanhamento médico regular são essenciais para o diagnóstico e tratamento adequados. “Cuidar da saúde uterina é cuidar da saúde integral da mulher. Quanto antes o problema for detectado, maiores são as chances de preservar a fertilidade e garantir qualidade de vida”, concluiu.