ENTENDA! Como a guerra na Ucrânia pode afetar o preço dos alimentos e combustíveis no Brasil? Por CLAYTON BURGATH Postado em 26 de fevereiro de 2022 0 AGÊNCIA REBOUÇAS- Rua: José Afonso Vieira Lopes, 303 - Centro, Tel (42) 3457-1100 Com os recentes ataques bélicos da Rússia ao território da Ucrânia, a tensão internacional aumenta, não apenas no cenário político, mas também econômico. Nessa quinta-feira, vinte e quatro de fevereiro, o preço do barril de petróleo chegou a US$ 103.78. É a primeira vez que o valor passa dos US$ 100 desde 2014. O professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Antônio Jorge Ramalho, avalia que os conflitos entre Rússia e Ucrânia podem criar uma pressão inflacionária no Brasil e em outros países. “O petróleo já disparou. Não há dúvida de que haverá uma elevação nos preços dos alimentos e dos combustíveis. O preço dos alimentos, o preço da proteína vegetal, da proteína animal – que depende fortemente das rações preparadas -, tudo isso vai impactar na nossa economia, vai criar uma pressão inflacionária, vai provavelmente obrigar os bancos centrais a elevarem ainda mais rapidamente suas taxas de juros.” Outra preocupação é com os fertilizantes. No ano passado, o Brasil importou da Rússia 9,3 milhões de toneladas de fertilizantes para a produção agrícola. A informação é do Canal Rural. Continua após publicidade Segundo o pesquisador da área de custos agrícolas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo, o Cepea, Mauro Osaki, há muitos anos, o Brasil importa da Rússia tanto matéria prima de base nitrogenada, quanto cloreto de potássio. “No caso de cloreto de potássio é um pouco mais sensível para o nosso caso, porque nós importamos grande quantidade desse produto. E basicamente quatro países dominam esse mercado: Canadá, Belarus, Rússia e China, que juntos somam quase 80% da produção mundial. E tanto a Belarus quanto a Rússia agora começam a apresentar problemas no fornecimento desse produto para o mercado mundial.” Segundo o pesquisador, a recente ida da ministra da Agricultura Tereza Cristina ao Irã é uma forma de diversificar a fonte fornecedora de fertilizantes, caso aumente o preço desses produtos vindos da Rússia. Continua após publicidade