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BB não têm capacidade de suprir demanda por crédito, diz presidente do banco

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Nesta segunda-feira (8), a Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas de Combate à Covid-19, formada por deputados e senadores, ouviu o presidente do Banco do Brasil, Rubem de Freitas Novaes. Segundo ele, a instituição financeira já está no limite de sua capacidade de fornecer empréstimos a empresas afogadas pela crise do novo coronavírus.

Essa resposta foi dada quando Novaes foi questionado sobre a dificuldade que empresários estão enfrentando para ter acesso ao crédito. Um exemplo é o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (PESE), criado em abril e lembrado pela senadora Eliziane Gama, que também estava presente na Comissão. “A população está sofrendo porque esses recursos não estão chegando na ponta. Se reclama, nessas situações, da rigidez das exigências apresentadas, em um momento de solvência desses tomadores de empréstimo”, argumentou.

A previsão do governo federal era que 12,2 milhões de pessoas teriam seus salários financiados pelo benefício. Um mês e meio depois, somente 1,1 milhão de trabalhadores haviam sido alcançados. O desempenho abaixo do esperado está motivando parlamentares a propor alterações no texto, que ainda tramita no Congresso Nacional.

Contudo, o presidente do Banco do Brasil argumentou que não é possível atender a toda a demanda que existe hoje no mercado de crédito. “O Banco Central realmente nos deu folga nos limites que ele nos impõe. Mas a demanda cresceu tanto em função das dificuldades das empresas brasileiras que é praticamente impossível atender essa questão. Nós estamos trabalhando dentro de nossos limites – temos limites de volume de risco que podemos tomar, de capital que podemos comprometer”.

No caso do PESE, Novaes apontou que o problema está nas exigências descritas na lei, não aquelas apresentadas pelos bancos. Atualmente, para aderir ao programa, empresas precisam se comprometer a não demitir funcionários até 60 dias após receber a última parcela do empréstimo. Novaes reafirmou que a regra será revista pelo Banco Central, como foi dito também pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, em apresentação à Comissão Mista do Congresso na semana passada.

“O PESE se mostrou pouco ajustado à realidade, na medida que exigia um compromisso de não demissão de funcionários. E poucos empresários estavam dispostos a assumir esse compromisso. Isso está sendo revisto, o programa está sendo ampliado para mais faixas de faturamentos. Creio que assim, ele vai começar a ‘tracionar’”, destacou Novaes.

Privatização

Na audiência pública, o presidente do Banco do Brasil também foi questionado sobre o plano de privatização do banco público. Ele defendeu que o banco seja transferido para a iniciativa privada por meio da venda de ações, no modelo de “corporation”. Para ele, a característica pública do banco atrapalha a gestão e diminuiu a competitividade. “Nossa política de recursos humanos é toda travada, por ter como base o concurso público. Você tem mais dificuldade para demitir o mau funcionário, você também não pode premiar o bom funcionário, como um banco privado premia. Você não pode buscar um executivo para suprir uma demanda. Da mesma forma, quando a iniciativa privada disputa um de nossos melhores executivos, eu não tenho condições de brigar por ele”, exemplifica.

Números

Na audiência, o presidente do BB também apresentou dados sobre as aplicações do banco em medidas contra os efeitos econômicos da crise do novo coronavírus. O Banco do Brasil já liberou R$ 136,8 bilhões de reais em crédito, sendo R$ 80 bilhões para empresas – R$ 33,3 bilhões para micro e pequenos negócios. Dos R$ 80 bilhões liberados a empresas, R$ 42,1 bilhões são de contratos prorrogados. Os contratos novos representam R$ 37,9 bilhões.

De acordo com a banco, também foram liberados R$ 33,8 bilhões para pessoas físicas e R$ 23 bilhões para o agronegócio.

Novaes também apresentou dados sobre a participação do banco nos programas assistenciais do Governo Federal. O BB recebeu R$ 1,77 bilhões em depósitos relativos ao Auxílio Emergencial. Já em relação ao Benefício Emergencial de Preservação de Empregos, R$ 3,1 bilhões foram repassados para 3,4 milhões de trabalhadores. A partir do Programa Emergencial de Suporte a Empregos (PESE), o banco forneceu R$ 358,2 milhões para financiar a folha de pagamento. 11,6 mil empresas já se beneficiaram.

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