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Autismo no Brasil: “Casos não aumentaram, o que aumentou foi o volume de informações que levam ao diagnóstico” diz especialista

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Autismo: uma condição que não caracteriza uma doença, mas sim, uma variação do funcionamento típico do cérebro — um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social.

Segundo Wagner Saltorato, analista de pesquisa da APAE Brasil, o país adota como índice de classificação do autismo o CID, um documento organizado pela OMS onde encontram classificadas todas as doenças. E se divide em três níveis, de acordo com o grau de comprometimento e a necessidade de ajuda.


Tramitam no Congresso diversos projetos de lei para aumentar os direitos dos autistas. Um deles é o PL 3080/2020 que cria a política pública nacional para garantia, proteção e ampliação dos direitos das pessoas com TEA.

Em termos de legislação, muito evoluiu desde 2012, quando foi criada a Lei Berenice Piana, como é conhecida a Lei 12.764 de 2012, que incluiu pessoas no espectro como Pessoas com Deficiência (PCD). Isso assegura que a população autista tenha atendimento preferencial em qualquer situação e acesso ao atendimento multidisciplinar, medicamentos.

O primeiro passo após o diagnóstico é buscar tratamento que inclui terapias diversas com uma equipe multidisciplinar. Médicos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, pedagogos e fisioterapeutas fazem parte desse quadro e  são essenciais para garantir que a pessoa se devolva e atinja todo seu potencial.

A inclusão em ambientes educacionais também faz diferença no desenvolvimento da pessoa com autismo. Silvano Furtado, de 23 anos, é aluno de Direito da USP e criou um movimento para implantar a política de acessibilidade que acontece hoje na Universidade. Para o estudante, que foi diagnosticado aos 20 anos, a inclusão é fundamental, mas precisa ser feita de forma estratégica. Para Silvano, o excesso de cuidados também pode ser prejudicial para pessoas enquadradas no espectro autista.

De acordo com o relatório do CDC (Centers for Diseases Control and Prevention), publicado em março de 2023,  uma em cada 36 crianças aos 8 anos de idade é diagnosticada com TEA. Ao relacionarmos esse valor para o Brasil, podemos calcular o número de pessoas com o transtorno no país. Com uma população estimada em 203.080.756 — segundo o Censo 2022 — teríamos cerca de 5.641.132 autistas no país.

Esse número representa um aumento de 22% em relação ao estudo anterior, feito em 2018 e que estimava que uma em cada 44 crianças apresentava TEA naquele ano.

Brasil61

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